Uma vez publiquei em um fórum que eu sou corretor de seguros e o que o pessoal da comunidade mais me perguntava, além da questão financeira, era o que e como fazer para se tornar um corretor de seguros.
Nesse artigo eu quero compartilhar com você como é possível empreender no mercado de seguros, mesmo que você não seja um profissional certificado, ou seja, um corretor de seguros.
Ficou curioso? Fica até o final que você vai entender ambas possibilidades.
- O Que é Preciso para Ser um Corretor de Seguros Certificado?
- Caminho 1: A Habilitação Profissional (O Caminho Tradicional)
- O Que Fazer Após a Aprovação? O Registro na SUSEP
- Caminho 2: Franquia/Sociedade (O Caminho Alternativo)
- Qual é o Investimento para se Tornar Corretor de Seguros?
- Qual é o melhor caminho para se tornar Corretor de Seguros?
O Que é Preciso para Ser um Corretor de Seguros Certificado?
Para atuar legalmente como corretor de seguros, o primeiro passo é entender a regulamentação. O mercado de seguros no Brasil é fiscalizado pela SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), a autarquia federal que regula o setor.
Para poder solicitar seu registro profissional, existem alguns pré-requisitos básicos. Os principais são:
- Ter concluído o ensino médio (ou equivalente).
- Ser maior de idade ou emancipado na forma da lei.
Cumprindo isso, você precisará de uma certificação técnica. Vamos explorar os caminhos para obtê-la.
Caminho 1: A Habilitação Profissional (O Caminho Tradicional)
Este é o caminho para quem deseja ser o profissional técnico responsável, com registro próprio na SUSEP. Para isso, você precisa comprovar conhecimento técnico, o que pode ser feito de duas formas principais:
Opção A: Fazer o Curso de Habilitação (CHCS)
A rota mais completa é realizar o Curso de Habilitação de Corretores de Seguros.
Historicamente, a ENS (Escola de Negócios e Seguros), antiga Funenseg, é a instituição pioneira e principal referência para essa formação. O curso completo, que habilita para “Todos os Ramos”, é dividido em módulos, como Capitalização, Vida e Previdência, e Demais Ramos. A carga horária total é de 405 horas, fornecendo uma base teórica e prática robusta.
Opção B: Prestar o Exame de Habilitação
Uma alternativa ao curso completo é a aprovação no Exame Nacional de Habilitação Técnico-Profissional. Instituições como a própria ENS e a FGV (Fundação Getulio Vargas) aplicam esses exames.
Nesta modalidade, o candidato pode estudar por conta própria ou buscar cursos preparatórios mais curtos e focados (oferecidos por diversas instituições, incluindo a ENS e outras escolas como a Top Invest). É uma opção que pode ser mais rápida e acessível, mas exige mais disciplina e conhecimento prévio do candidato.
O Que Fazer Após a Aprovação? O Registro na SUSEP
Seja ao concluir o curso ou ao ser aprovado no exame, o próximo passo é idêntico: solicitar seu registro profissional na SUSEP.
O processo é feito online. O interessado deve acessar o site da SUSEP, fazer o upload dos documentos solicitados (como foto, documento de identificação e CPF) e concordar com as declarações exigidas no sistema.
É fundamental não possuir impedimentos legais. A SUSEP exige que o candidato:
- Não seja falido.
- Não exerça cargo ou emprego em pessoa jurídica de Direito Público.
- Não mantenha relação de emprego ou de direção com uma sociedade seguradora.
Com o registro ativo, você pode optar por atuar como Pessoa Física (PF) ou abrir sua própria empresa (Pessoa Jurídica – PJ) e cadastrá-la nas seguradoras.
Caminho 2: Franquia/Sociedade (O Caminho Alternativo)
Muitas pessoas têm vocação para vendas, gestão e negócios, mas não querem seguir o caminho técnico da certificação. Como mencionado na introdução, é possível empreender em seguros mesmo sem ser um corretor certificado.
Isso envolve estruturar um plano de negócios focado em marketing, planejamento de vendas e processos operacionais. As duas formas mais comuns de fazer isso são:
Sócio de uma Corretora Existente
Você pode se associar a um corretor já habilitado pela SUSEP. Nesse modelo, o corretor certificado fica como responsável técnico pelas apólices e pelo cumprimento das normas da SUSEP, enquanto você pode focar na parte comercial, administrativa ou de marketing da empresa.
Adquirir uma Franquia de Seguros
Outro modelo em crescimento é o de sócio franqueado. Ao adquirir uma franquia, você recebe todo o know-how operacional, suporte de gestão, ferramentas de marketing e o uso de uma marca já estabelecida.
A grande vantagem é que a maior parte da estrutura operacional e de relacionamento com as seguradoras é gerenciada pela franqueadora. Sua principal preocupação será a gestão comercial e as vendas. Obviamente, esse modelo tem um custo (taxa de franquia e royalties), mas pode acelerar muito a entrada no mercado.
Qual é o Investimento para se Tornar Corretor de Seguros?
O investimento inicial varia drasticamente dependendo do caminho escolhido:
Habilitação (Caminho 1): O custo do Curso de Habilitação completo (CHCS) deve ser consultado diretamente na ENS, pois varia conforme a modalidade (online, ao vivo, etc.). Já os cursos preparatórios para o exame costumam ser mais acessíveis, mas o valor final dependerá da escola e da carga horária.
| CAMINHO TRADICIONAL | CURSO | EXAME | INVESTIMENTO |
|---|---|---|---|
| Curso de Habilitação (CHCS) da ENS | R$ 6.846 | Não Possui | R$ 6.846 |
| Curso Preparatório da ENS | R$ 3.855 | R$ 1.058 (50%) | R$ 4.913 |
| Curso Preparatório da TopInvest | R$ 997 | R$ 2.115 | R$ 3.112 |
| Apenas o Exame (ENS) | Não Possui | R$ 2.115 | R$ 2.115 |
| Apenas o Exame (FGV) | Não Possui | R$ 1.900 | R$ 1.900 |
É importante ressaltar que os valores acima são com base na certificação/exame para todos os ramos ou a SUSEP plena como o mercado costuma chamar. Se você quiser tirar a susepinha que é a certificação apenas de Vida e Capitalização o investimento será menor.
Franquia/Sociedade (Caminho 2): O investimento aqui é empresarial. Ao se associar a uma corretora, o custo pode ser o de abertura ou alteração de contrato social. No modelo de franquia, o investimento inicial é ditado pela franqueadora e pode variar de alguns milhares a dezenas de milhares de reais.
| Franquia | Investimento Inicial (A partir de) | Prazo de Retorno (Payback) |
| LIEN Corretora de Seguros | R$ 14.900 | 6 a 18 meses |
| CotaFácil | R$ 8.000 | 6 a 18 meses |
| É Seguro | R$ 9.990 | 3 a 18 meses |
| Líbero Seguros | R$ 40.000 | 7 a 11 meses |
| Avantar | R$ 35.000 | 4 a 8 meses |
| Seguralta | R$ 55.000 | 12 a 36 meses |
Todas estas franquias você pode pesquisar por conta própria qual delas é a melhor opção pra você. São opções no mercado que eu conheço muito pouco, portanto, não é uma recomendação.
Qual é o melhor caminho para se tornar Corretor de Seguros?
Em ambas opções você irá empreender e existem os prós e contras de qualquer um dos caminhos. Não acredito que exista o melhor para ser indicado porque depende muito do seu perfil profissional, objetivos e conhecimento do mercado de seguros.
Agora se você me perguntar o que eu indicaria seria o mesmo caminho que eu escolhi e estou percorrendo. Tire a sua habilitação profissional ou seja o sócio de um corretor (estou procurando um).
A sociedade é algo que eu não consigo me aprofundar por questões óbvias, pois ainda não tenho sócios.
Sobre tirar a habilitação se você não sabe nada recomendo tentar adquirir alguma experiência no mercado de seguros no setor comercial e entender se é pra você mesmo.
É isso mesmo? Faça o curso de habilitação ou estude com afinco o curso preparatório da ENS.
Eu escolhi estudar por conta própria. Na época já tinha quase 10 anos de mercado e estava confiante demais, mas por pouco (1 questão) eu não fui reprovado. Estudar com o acompanhamento dos profissionais da ENS é algo mais garantido, vai por mim!
Em todos os cenários, é preciso prever também os custos de manutenção do negócio, seja como um corretor autônomo (PF) ou como uma empresa (PJ).
Com essas informações em mãos, você está mais preparado para avaliar qual jornada de empreendedorismo em seguros faz mais sentido para seu perfil e seus objetivos.
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